Louvado
seja Deus, Senhor do Universo, aquele que Deus guia
ninguém pode desviar e aquele que Deus desviar, ninguém
pode guiar. Testemunho que Deus é único e que Muhammad
é seu mensageiro e servo.
Queridos irmãos, após o final do
Ramadan há duas coisas que preciso lembrá-los:
1ª – Não devemos destruir aquilo
que construímos de bom durante o mês do Ramadan; isso
significa que devemos proteger ou conservar essa edificação
para não perdê-la; em outras palavras, não devemos
cometer os pecados que abandonamos no mês do Ramadan
e não podemos deixar de praticar as adorações após
este mês.
Deus, no Alcorão Sagrado, deu um
exemplo daquela pessoa que faz o bem e volta a destruí-lo
como uma mulher que passa o dia fazendo tricô e ao
final dele puxa um fio para desmanchar aquilo que
já teceu: “E não imiteis aquela (mulher) que desfiava
sua roca depois de havê-la enrolado profusamente (...)
Deus somente vos experimentará e sanará a vossa divergência
no Dia da Ressurreição. (16:92)
2ª – Irmãos, a retidão é o caminho
certo que devemos segui durante e depois do Ramadan.
A retidão significa fazer tudo que Deus mandou e deixar
tudo que Ele proibiu; todos nós sabemos que o caminho
retidão, hoje em dia, está muito difícil de ser seguido,
pois a maioria das pessoas segue pelo caminho errado;
não é fácil ser verdadeiro enquanto muitas pessoas
seguem pelo caminho da mentira; não é fácil ser justo
vivendo em um mundo de injustiças; não é fácil ser
fiel enquanto o mundo está perdendo o sentido da confiança.
Queridos irmãos, o caminho da retidão
é o mais curto para se chegar a Deus; o ser humano
está entre dois pontos: o inicial (o nascimento) e
o final (a morte). Se perguntarmos a um sábio de matemática
“qual a distância mais curta que liga dois pontos?”,
com certeza responderão “que é uma reta”. Se o ser
humano quer chegar ao Paraíso, esse caminho mais curto
é o da retidão.
Por isso, nós suplicamos a Deus
diariamente, quase 17 vezes, em nossas rezas, para
que Ele nos ajude a continuar seguindo esse caminho,
pois recitamos na Surata Al Fatiha “(...) Guia-nos
no caminho reto (...)”, isso significa que pedimos
a Deus que nos ajude até o fim de nossas vidas.
Para saber a importância desse
caminho, basta saber que o Profeta Muhammad, um dia,
seus companheiros lhe disseram que ele já estava com
os cabelos grisalhos; o profeta respondeu que a Surata
Hud o deixou assim. Quando os sábios pesquisaram essa
Surata eles se depararam com o seguinte versículo:
“Então, sê reto, como te foi ordenado, e, contigo,
quem se volta arrependido, e nada transgridais (...)”.
(11:112)
Como o caminho da retidão termina
ao fim de nossa vida, o fruto dele é muito grande
e é recebido no momento em que o muçulmano se despede
da vida mundana para ingressar na outra vida; todos
nós, um dia, chegaremos no momento em que precisaremos
deste fruto, mas só o receberá aqueles que seguiram
sua vida na retidão.
Na hora da morte, o ser humano
passa por dois tipos de sentimentos: o medo do futuro,
por não saber como será sua vida após a morte, e a
tristeza, por deixar sua família, seus amigos e seus
bens; mas para a pessoa que segue o caminho da retidão,
Deus falou no Alcorão Sagrado que ela não sentirá
essa sensação de medo e tristeza: “Por certo, os que
dizem: ‘Nosso Senhor é Allah’, em seguida, são retos,
os anjos descerão sobre eles, freqüentemente, dizendo:
‘Não temais e não vos entristeçais; e exultai com
o Paraíso, que vos era prometido’”. (41:30)
Sufian Ibn Abdullah relatou que
em certa ocasião perguntou: “Ó Mensageiro de Deus,
fala-me algo definitivo acerca do Islam, para que
eu não tenha que perguntar a ninguém mais. Ele disse:
‘Dize: creio em Deus; e, então, siga no caminho da
retidão’”.
A retidão significa a continuidade
da adoração, mas esta não é somente aquela que fazemos
enquanto estamos na mesquita; ela começa quando saímos
da mesquita e, depois de alimentarmos nosso espírito,
colocamos em prática aquilo que aprendemos sobre Deus,
a todo o momento, durante toda nossa vida.
Pedimos a Deus para que nos ajude
a seguir esse caminho da retidão durante toda nossa
vida, até o Dia do Juízo Final.
Sheikh Mohamad Al Bukaí
02/10/2009