Louvado seja Deus, Senhor do Universo,
que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre seu Nobre
Profeta, sua família, seus companheiros e sobre todos
os muçulmanos até o dia do Juízo Final.
Queridos irmãos, Deus colocou dentro
de nossos corpos instintos e desejos e criou para
esses sentidos um caminho correto para serem direcionados.
Essas sensações são como combustíveis para um automóvel;
é necessário para que esta máquina funcione, mas ao
mesmo tempo é muito perigosa. Se esses sentimentos
e sensações seguirem o caminho correto, eles farão
com que a máquina tenha um bom funcionamento, mas
caso ao contrário, esses sentimentos podem se tornar
inflamáveis.
Deus instituiu o casamento como
o caminho lícito para a satisfação do instinto sexual
e qualquer encontro entre um homem e a mulher fora
desse caminho torna-se um perigo para o ser humano
e para a sociedade.
Deus criou todas as coisas de um
casal, não só com o ser humano, mas em todas as suas
criações: “E, de casa coisa, criamos um casal (...)”.
(51:49)
A vontade de Deus quis que o ser
humano fosse um fruto do encontro de um homem e uma
mulher, mas Ele quis também que esse encontro fosse
dentro do casamento, no qual há condições lícitas
para isso. Mas qual a diferença desse encontro dentro
ou fora do casamento? Essa diferença é como o encontro
dos pólos negativo e positivo na eletricidade: quando
esses dois pólos se encontram dentro de um sistema
de uma lâmpada resulta na produção da luz; mas fora,
resulta em incêndio.
O encontro dentro do casamento
resulta em filhos capazes de ser virtuosos no futuro,
para eles, para a família e para a sociedade; e fora
do casamento, pode resultar em filhos abandonados
em situação de rua e a proliferação de graves doenças
e sem cura.
Por isso, queridos irmãos, Deus
proibiu o adultério: “E não vos aproximeis do adultério.
Por certo, ele é obscenidade; e que vil caminho!”
(17:32)
Deus também disse: “(Igualmente
o são) aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade,
nem matam nenhum ser que Deus proibiu matar, senão
legitimamente, nem adulteram; (pois sabem que) quem
assim proceder, receberão a sua punição”. (25:68)
O profeta Muhammad esclareceu que
quando um servo de Deus comete esse tipo pecado, a
fé sai de seu coração até que ele se arrependa.
Queridos irmãos, Deus, no Alcorão
Sagrado, citou dois exemplos a ser seguidos em uma
vida de pureza, um para o homem e outro para a mulher.
O exemplo designado ao homem ocorreu com o Profeta
José: quando ele foi tomado como escravo no Egito,
durante sua juventude, a mulher de um ministro de
onde ele trabalhava se insinuou para ele: “E aquela
em cuja casa estava tentou seduzi-lo (...). Ele disse:
‘Possa eu refugiar-me em Allah! Por certo, ele é meu
senhor; ele bem fez minha estada aqui (...)’”. (12:23)
Ele teve dez motivos para cometer
esse pecado: ele era escravo, jovem, solteiro, estrangeiro,
longe da família; ela era uma mulher de um nível social
superior, bonita, ela estava em sua própria casa,
estavam sozinhos naquele momento e foi ela quem se
insinuou para ele; entretanto ele se recusou em cometer
aquele pecado mesmo sofrendo uma chantagem por parte
daquela mulher.
O segundo exemplo, designado à
mulher, foi Maria. Ela foi um exemplo da mulher crente,
fiel, pura e virgem: “E Deus dá, como exemplo aos
fiéis, o da mulher do Faraó, a qual disse: ‘Ó Senhor
meu, constrói-me, junto a Ti, uma morada no Paraíso,
e livra-me do Faraó e das suas ações, e salva-me dos
iníquos!’. E com Maria, filha de Imran, que conservou
o sua virgindade, e a qual alentamos com o Nosso Espírito,
por te acreditado nas palavras do seu Senhor e nos
Seus Livros, e por se ter contado entre os consagrados.”
(66:11-12)
Deus citou esses dois exemplos,
tanto para o homem quanto para a mulher, de pureza,
fidelidade e temor a Deus; Ele quer que todo homem
siga a exemplo de José e que toda mulher siga o exemplo
de Maria.
Um dia, um homem chegou ao Profeta
Muhammad e disse: “permita que eu cometa um adultério”.
Todos os companheiros ficaram assustados com o pedido
daquele homem e ficaram enfurecidos, mas o Profeta
respondeu: “Ó servo de Deus, você aceitaria que sua
mãe fizesse isso?”. O homem respondeu que não. O Profeta
perguntou novamente: “Você aceitaria que sua filha
cometesse esse pecado?”. Ele novamente respondeu que
não. O Profeta perguntou: “E sua irmã?”. E a resposta
foi novamente negativa. Então, o Profeta disse: “Também
as outras pessoas não aceitarão isso para suas mães,
filhas e irmãs”. O homem respondeu que era verdade
e saiu convencido do que o Profeta falou.
Queridos irmãos, todos nós temos
de proteger a nós mesmos, nossas famílias, filhos
e filhas e podemos alcançar essa proteção quando desejamos
o mesmo para as outras famílias.
Pedimos a Deus que nos ajude a
seguir o caminho da pureza, da fidelidade e que nos
afaste do adultério e de todos os pecados.
Sheikh Mohamad Al Bukaí