A fraqueza da fé
 

Queridos irmãos, quando um de nós sente uma fraqueza no corpo logo procuramos um médico para fazer exames necessários e receber a medicação correta para os nossos sintomas. Entretanto, será que fazemos o mesmo quando sentimos que a nossa fé está enfraquecida em nossos corações? Será que nos esforçamos para saber os motivos deste sintoma e como tratá-lo da mesma forma como procedemos com a nossa saúde?

Talvez alguém questione se é possível que a fé aumente ou diminua ou mesmo se há algum “termômetro” para medir o nosso grau de fé. Ou então, como podemos tratar a fé quando ela está oscilando? A resposta para tudo isso é positiva! Na realidade, há sintomas, motivos e remédios e hoje aprenderemos, neste sermão, algumas dessas situações.

SINTOMAS

• Pecados: a fé é uma proteção que a pessoa tem para não cometer pecados. Quando alguém comete este tipo de erro é sinal de que sua fé está abalada.

• Falta de sensibilidade às palavras de Deus: quando uma pessoa está com a sua fé fortalecida, ela se sensibiliza ao ouvir as palavras sagradas do Alcorão. Deus nos falou no Alcorão Sagrado: “(...) e, quando são recitados, para eles, Seus versículos, acrescentam-lhes fé (...)”. (8:2). Entretanto, quando sua crença está enfraquecida, seu coração se torna rígido. No Alcorão, Deus nos fala: “E, quando se recitam, para ele, Nossos versículos, volta-lhes as costas, ensoberbecendo-se, como se os não ouvisse, como se em seus ouvidos houvesse surdez (...).” (31:7)

• Angústia e aflição no coração: A felicidade e a tranquilidade são frutos de uma fé fortalecida e a sua falta implica em uma vida de tristeza e sofrimento. Deus nos fala no Alcorão Sagrado: “Então, a quem Allah deseja guiar, Ele lhe abrirá o peito para o Islam. E a quem deseja descaminhar, Ele lhe tornará o peito constrito, oprimido (...)” (6:125)

• Displicência e preguiça: a falta de fé faz com que a pessoa trate com negligência as suas obrigações religiosas e, especialmente, em relação aos horários da reza: “E, quando se levantam para a oração, levantam-se preguiçosos (...)”. (Alcorão, 4:142)

• Esquecimento da morte: mesmo que a morte seja uma certeza em nossa vida, as pessoas costumam agir como se fossem viver eternamente. A lembrança da morte pode evitar que uma pessoa cometa um pecado.

MOTIVOS

• A paixão pelas coisas do mundo e o materialismo. O Profeta Muhammad (SAAS) dizia que a paixão por essa vida é a mãe de todos os pecados.

• A permanência em um ambiente infectado por pecado. Não é suficiente ser apenas uma pessoa justa, mas também freqüentar ambientes de pessoas justas. Deus nos fala no Alcorão Sagrado: “Ó vós que credes! Temei a Allah e permanecei com os verídicos”. (9:119)

TRATAMENTO

• Compreensão profunda do Alcorão Sagrado. Deus nos enviou o Alcorão como uma cura para a humanidade e é um dever do muçulmano compreendê-lo e praticá-lo. Deus nos falou nele: “E não compreendem eles o Alcorão ou há cadeados em seus corações?”. (47:24)

• A procura pelo conhecimento. Não é possível fortalecer a nossa fé se vivermos na ignorância. Deus nos disse no Alcorão Sagrado: “Apenas o sábios receiam a Allah dentre Seus servos (...)”. (35:28). Por isso, a procura pelo conhecimento é uma obrigação no Islam e um dos caminhos que levam ao Paraíso. O Profeta (SAAS) nos disse que quem segue um caminho procurando o conhecimento, Deus facilita para ele o caminho do Paraíso.

• Sentir a grandeza de Deus e contemplar a Sua criação. Quando pensamos na perfeição deste Universo, podemos perceber a grandeza de Seu criador, por isso, o Profeta Muhammad (SAAS) considerou a reflexão como uma das adorações que o muçulmano pode praticar.

• Praticar boas ações. Temos que saber que quando fazemos boas ações não só estamos ajudando outras pessoas, mas também estamos fazendo algo que aumenta nossa felicidade e nosso bem-estar, além de se aumentar nossos hassanats e a nossa recompensa no Dia do Juízo Final.

Queridos irmãos, a fraqueza da fé é uma doença que tem se tornado comum ultimamente. Por isso, suplicamos a Deus, louvado seja, que nos ajude a renovar a nossa fé e aumentar a nossa crença.

Sheikh Mohamad Al Bukai
07/01/2011

 
     
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