Louvado seja Deus, Senhor do Universo,
que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre seu Nobre
Profeta, sua família, seus companheiros e sobre todos
os muçulmanos até o dia do Juízo Final.
Queridos irmãos, no Islam temos diversas adorações
que aproximam o muçulmano de Deus. Dentre estas, algumas
são esquecidas, por exemplo, a ajuda aos irmãos muçulmanos
necessitados.
Deus nos falou no Alcorão Sagrado: “... E ajudai-vos,
mutuamente, na bondade e na piedade.” (5:2)
O profeta Muhammad (SAAS) disse: “Deus tem servos
escolhidos por Ele como especialistas para ajudar
a resolver as necessidades das pessoas. Aqueles amam
o bem e o bem os ama; eles estarão salvos do castigo
de Deus no Dia do Juízo”. Em outro dito o Profeta
(SAAS) nos falou: “... e aquele que resolver a dificuldade
de um necessitado, Deus resolverá as dificuldades,
tanto nesta, como na outra vida; e a pessoa que for
discreta com as faltas de um muçulmano, Deus será
discreto com as faltas dela, nesta e na outra vida
e Deus estará ajudando o servo enquanto este estiver
ajudando o seu irmão...”.
Por isso, queridos irmãos, adorar a Deus não significa
apenas rezar e jejuar, mas, sim, ficar ao lado do
seu irmão, ajudando-o a resolver suas dificuldades,
sejam materiais ou espirituais.
O objetivo do Islam é o fortalecimento dos laços que
unem os membros de uma comunidade ou da nação muçulmana.
Em outro dito, o Profeta (SAAS) considera a nação
muçulmana como se fosse um corpo; se algum membro
deste sente uma dor, o corpo inteiro fica alerta.
Hoje em dia a sociedade está contaminada pelo egoísmo,
pelo individualismo e pela falta de solidariedade.
Uma vez que uma pessoa sofre com falta de ajuda, isso
a torna indiferente com seus demais irmãos e essa
reação em cadeia vai se alastrando cada vez mais.
Essas atitudes não são permitidas pelo Islam e independentemente
de um dia você ter sido ou não ajudado, isso não justifica
as suas faltas com seus irmãos muçulmanos.
Queridos irmãos, Abu Bakr, antes de ser califa, sempre
ajudou três senhoras na ordenha de suas ovelhas; após
ser nomeado o governante, as três senhoras logo concluíram
que Abu Bakr não as ajudaria mais. Entretanto, no
outro dia, após a nomeação de seu cargo, ele retornou
naquela casa para a sua tarefa de sempre na ordenha
das ovelhas causando uma grande admiração entre elas.
Um virtuoso muçulmano, Hakim Bin Hezam, ficava triste
quando acordava e passava o dia sem que ninguém lhe
pedisse a ajuda; ele considerava isso uma coisa muito
ruim na sua rotina e isso o entristecia.
Nossos muçulmanos justos antepassados consideravam
que a pessoa que pedia ajuda era quem na realidade
prestava um favor àquele a quem se dirigia o pedido,
ou seja, aquele que recebia o pedido de ajuda era
ajudado por aquele que fazia o pedido.
Ibn Abbas falou que há três pessoas que ele não podia
retribuir um favor: “a saudação de um irmão que primeiro
tomou a iniciativa de me cumprimentar; a pessoa que
abriu um espaço para que eu me sentasse ao lado dela
e a pessoa que caminhou a ponto de ter bolhas nos
pés para me visitar”. Para Ibn Abbas há também uma
quarta pessoa a quem somente Deus pode retribuir:
“aquela que passou a noite inteira pensando em alguém
que pudesse ajudá-lo e escolheu a mim para pedir esse
favor”.
Queridos irmãos, da mesma forma que o Islam nos ensinou
a fazer um favor pelos nossos irmãos, também nos é
solicitado que reconheçamos os favores que nós recebemos.
O Profeta (SAAS) nos falou: “A quem fizer um favor
para você, retribua este favor e, caso não seja possível,
faça uma súplica para esse irmão”.
Um sábio falou que duas coisas nunca devem ser esquecidas:
o mal que você fez para uma pessoa e o bem que os
outros fizeram para você. E duas coisas que não se
pode lembrar: o bem que você fez para os outros e
o mal que elas fizeram para você.
Pedimos a Deus que nos ajude a colocar em prática
tudo o que aprendemos; Ele é o Poderoso e Conhecedor
de tudo!
Sheikh Mohamad Al Bukai
23/04/2010