Segundo os ensinamentos do Alcorão,
o papel da mulher na sociedade é tão importante como
a do próprio homem. O estatuto da mulher foi criado
no Islam para garantir todos os direitos em deveres
em relação à sociedade. Os direitos e responsabilidades
da mulher são iguais aos do homem, no entanto, não
necessariamente são idênticos. Igualdade e identidade
são conceitos diferenciados no Islam. Esta diferença
é compreendida porque o homem e a mulher não são idênticos,
mas foram criados iguais.
A igualdade é desejável e justa,
porém a identidade não o é. As pessoas não são criadas
idênticas, mas são criadas iguais. Com esta distinção
na ideia, não há lugar para imaginar que a mulher
seja inferior ao homem. Não há fundamento para argumentar
que ela é menos importante do que ele, precisamente
porque os seus direitos não são identicamente os mesmos.
Se o seu estatuto fosse idêntico
ao do homem ele não passaria simplesmente de uma cópia
dele, o que não é. O fato de o Islam dar direitos
iguais, mas não idênticos mostra que a toma na devida
consideração, admitindo e reconhecendo a sua independente
personalidade.
Não é o Islam que difama a mulher
como sendo um produto de Satanás ou a semente do demônio.
Nem o Alcorão coloca o homem como o senhor dominador
da mulher que não tem poder de opção, mas que tem
de se render à dominação. Nem foi o Islam que introduziu
a questão de a mulher ter ou não ter alma. Nunca na
história do Islam algum mulçumano duvidou do estatuto
humano da mulher ou de ter alma e outras boas qualidades
espirituais. Ao contrário de outras crenças populares,
o Islam não culpa somente a Eva pelo pecado original.
O Alcorão esclarece que ambos pecaram, que o perdão
de Deus foi concedido a ambos depois do seu arrependimento.
“Determinamos: Ó Adão, habita
o Paraíso com a tua esposa e desfrutai dele com a
prodigalidade que vos aprouver; porém, não vos aproximeis
desta árvore, porque vos contareis entre os iníquos.
Todavia, Satã os seduziu, fazendo com que saíssem
do estado (de felicidade) em que se encontravam. Então
dissemos: Descei! Sereis inimigos uns dos outros,
e, na terra, tereis residência e gozo transitórios.”
(Alcorão 3:35 ao 36)
“E tu, ó Adão, habita com tua
esposa o Paraíso! Desfrutai do que vos aprouver, não
nos aproximeis desta árvore, porque estareis entre
os transgressores. Então, Satã lhe cochichou, para
revelar-lhes o que, até então, lhes havia sido ocultado
das suas vergonhas, dizendo-lhes: Vosso Senhor vos
proibiu para que não vos convertêsseis em dois anjos
ou não estivésseis entre os imortais. E ele lhes jurou:
Sou para vós um fiel conselheiro. E, com enganos,
seduziu-os. Mas quando colheram o fruto da árvore,
manifestaram-se-lhes as vergonhas e começaram a cobrir-se
com folhas, das plantas do Paraíso. Então, seu Senhor
os admoestou: Não vos havia vedado esta árvore e não
vos havia dito que Satanás era vosso inimigo declarado?
Disseram: Ó Senhor nosso, nós mesmos nos condenamos
e, se não nos perdoares a Te Apiedares de nós, seremos
desventurados! E Ele lhes disse: Descei! Sereis inimigos
uns dos outros e tereis, na terra, residência e gozo
transitórios. Disse-lhes (ainda): Nela vivereis e
morrereis, e nela sereis ressuscitados. Ó filhos de
Adão, enviamos-vos vestimentas, tanto para dissimulardes
vossas vergonhas, como para o vosso aparato; porém,
o pudor é preferível! Isso é um dos sinais de Deus,
para que meditem. Ó Filhos de Adão, que Satanás não
vos seduza, como seduziu vossos pais no Paraíso, fazendo-os
sair dele, despojando-os dos seus invólucros (de inocência),
para mostrar-lhes as suas vergonhas! Ele e seus asseclas
vos espreitam, de onde não os vedes. Sem dúvida que
temos designado os demônios como amigos dos incrédulos.”
(Alcorão 7:19 ao 27)
“E então dissemos: Ó Adão,
em verdade, este é tanto teu inimigo como de tua companheira!
Que não cause a vossa expulsão do Paraíso, porque
serás desventurado. Em verdade, nele não sofrerás
fome, nem estarás afeito à nudez. E não padecerás
de sede ou calor. Porém, Satanás sussurrou-lhe, dizendo:
Ó Adão, queres que te indique a árvore da prosperidade
e do reino eterno? E ambos comeram (os frutos) da
árvore, e suas vergonhas foram-lhes manifestadas,
e puseram-se a cobrir os seus corpos com folhas de
planta do Paraíso. Adão desobedeceu ao seu Senhor
e foi seduzido. Mas logo o seu Senhor o elegeu, absolvendo-o
e encaminhando-o. Disse: Descei ambos do Paraíso!
Sereis inimigos uns dos outros. Porém, logo vos chegará
a Minha orientação e quem seguir a Minha orientação,
jamais se desviará, nem será desventurado.” (Alcorão
20:117 ao 123)
De fato,
o Alcorão indica que Adão foi o maior culpado por
aquele primeiro pecado, do qual emergiu prejuízo contra
a mulher e suspeitou-se da sua ação. Mas o Islam não
justifica tal prejuízo ou suspeita porque ambos, Adão
e Eva, erraram igualmente e se nós culparmos Eva deveremos
culpar Adão tanto ou mais ainda.
Fonte: O Islam em Foco, Hammudah Addalati, CDIAL.